quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Daí, que é sobre esperança e tempo que falaremos agora...



Adaptado do excelente Blog Tempestade de Idéias de @Beth_Amorim____________________________________________________
"Nos últimos meses disseram-lhe várias [e várias] vezes que só o tempo seria capaz de ajudá-lo a atravessar a tempestade que se abateu sobre sua vida. Disseram-lhe também para ter esperança, pois, com o passar do tempo, as coisas voltariam ao normal(?). 
(...)E, "fã do tempo" como sempre foi, sabia que as pessoas estavam corretas. Percebeu que ele seria seu grande aliado, embora não tivesse muita noção de como essa "aliança" funcionaria... Ou, quanto tempo levaria o tempo para desfazer aquelas nuvens escuras da tempestade...
 (...)

Para ele foi uma eternidade. Um período escuro, cheio de desesperanças, que o sufocou, que o devorou como um bicho carnívoro e faminto devora sua presa enquanto ela ainda está viva. [Lembrando que, enquanto agonizava, a pobre e desgraçada presa sentia cada mordida, cada pedaço arrancado, cada parte de si que padecia diante da fera...] 
Assim foram seus dias. Sentiu todas as dores possíveis. Amargurou-se. Achou que aquele momento seria eterno e que a sua vida fosse ficar encoberta pela escuridão por longos e longos anos... Encheu o peito de tristeza e melancolia. Gritou várias vezes na esperança de aplacar um pouco mais a dor.  Depois de muito agonizar, ela agarrou-se ao tempo e ao amor-próprio para sobreviver. Mesmo dilacerado, percebeu que a vida continuava. Sentiu a esperança brotar novamente dentro do seu ser.
Porém, a "platéia" julgou que isso foi muito pouco. Queriam ver mais sangue na arena. Queriam ver mais lágrimas, mais dores, mais desespero. Queriam que as feridas continuassem abertas e  sangrando a cada cutucada do algoz chamado "saudade". Talvez até quisessem que isso durasse pra sempre... É, talvez.
Por isso, decepcionaram-se tanto com sua rápida(?) cura. Entristeceram-se bastante com sua alegria repentina. Abismaram-se com seu renascimento. Acharam um absurdo sua "ousada tentativa" de sair daquele suplício - mesmo com todas as feridas ainda em processo de cicatrização. 
Mas, enquanto todos espantavam-se, ele não perdia tempo: abraçava a vida, colocava um sorriso no rosto e aproveitava cada um de seus dias. Isto é, ele passou a viver uma vida que era somente dele e de mais ninguém."

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