Ela fugiu do inferno
Durante toda a adolescência, a americana Elissa Wall, hoje com 23 anos, foi vítima de uma educação amparada em padrões morais esdrúxulos e recheada de humilhações e terror. Ela não podia ver TV, ouvir rádio, nem ter namoradinhos. Sua família, poligâmica, era composta por um pai, três mães e 22 irmãos e meios-irmãos.
Aos 14 anos, foi obrigada a casar com um primo, cinco anos mais velho - segundo ela "a única pessoa que eu detestava". O infortúnio de Elissa decorre de ela ter nascido numa comunidade isolada da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma das diversas seitas dissidentes da religião mórmon, que ela abandonou há cinco anos.
Há dois anos, a seita a que Elissa pertenceu virou notícia quando seu principal líder, Warren Jeffs, chamado pelos seguidores de profeta, foi condenado a dez anos de prisão por cumplicidade em estupro de menores. Elissa foi ao tribunal depor contra ele. Ela relata o pesadelo de sua vida na seita no livro Inocência Roubada, recém-lançado no Brasil. "O que mais me entusiasma é saber que eu e meus filhos temos um futuro", ela pondera. "Antes, futuro para mim era a possibilidade de vida no paraíso que recompensasse meu sofrimento na Terra".
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