segunda-feira, 18 de julho de 2011

Minha versão da parábola... (ou Ao Amigo Distante)


Tinha um cara muito muito muito rico que tinha um Camaro amarelo-ovo com banco de couro, mas era ruim que só o cão. E tinha esse outro cara, de nome Lázaro que vivia na merda, mas era super camarada, do bem mesmo, fã do Zeca Pagodinho e tudo o mais.

Morreu o tal Lázaro, o mendigo, e foi pra um lugar bacaninha, com clima ameno, céu aberto sem previsão de chuva forever.

Morreu o rico lazarento e se fudeu, foi pro inferno, também sem chuva, mas um calor de arrancar pica-pau do oco.

Abraçado ao Capeta o rico olha pra cima e consegue ver o ex-mendigo seboso de boa, na sombra, comendo uma tigela de açaí com moranguinho picadinho e melzinho na ilustríssima companhia do próprio Jesus.

Daí o safado, na humilde, pede autorização pros superiores para que Lázaro “(...) molhe a ponta do seu dedo, e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama!”

Mas daí a CCJ do Céu julgou o pedido inconstitucional.

Enfim... se fudeu o Mané. Isso porque ele nem sabe que o filho bateu o Camaro amarelo-ovo dele logo depois do enterro.

(Lucas, Cap. XVI, v. 19-31.)

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Nota 1) Eu, no caso, sou o rico. Tô fudidaço!!! A diferença é que eu sei que tão zoando meu Camaro.

Nota 2) Hoje recebi um email de uma amigo que não vejo faz 20 anos. Era Lázaro molhando a ponta dos dedos e refrescando minha lingua.

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