segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Por um Estado ateu

Da coluna do Walter Hupsel

Ainda vivemos no século 19. Esta é a conclusão a que posso chegar quando, no primeiro respiro do novo governo, aparecem declarações de setores da Igreja Católica cobrando que a presidenta “explique melhor” o que pensa de assuntos caros à ordem eclesiástica, e o arcebispo primaz do Brasil dá um prazo de cem dias para Dilma “mostrar a que veio”. A título de provocação, poderíamos perguntar “se não, o que?”

Antes que alguém objete a minha colocação, dizendo que eles têm direto de falar em público, respondo que sim, eles têm direito. Entretanto, em se tratando de autoridades eclesiásticas, suas opiniões devem ser vistas como da instituição Igreja Católica, e não do fulano A ou B. Ou seja, nem bem começou o novo governo e a Igreja Católica já faz ameaças à presidenta, com a grande mídia dando repercussão ao caso.

A luta política se desenvolve em vários campos, em especial no simbólico e no semântico. Sempre se fala em Estado laico, que é aquele que não tem uma doutrina religiosa como norte. Este deveria estar longe da esfera religiosa, e vice-versa, respeitando todas as manifestações de fé e garantindo o tratamento isonômico.

Entretanto, como demonstram as matérias linkadas acima, o argumento vai sempre na direção que o Estado laico tem que absorver demandas de uma população, e que esta tem suas predileções e seus valores religiosos.

O risco, sempre alertado, é que uma democracia representativa se degenere na tirania da maioria. Os temas que incomodam os religiosos são postos embaixo do tapete, já que a maioria impõe sua agenda e seus valores, e os impõe a todos, independente de credo.

Se a maioria acha absurdo certos temas ou liberdades, teria ela o direito de vetá-los ao resto da população? Não, não tem este direito, por mais que representantes da Igreja Católica (e de outras) insistam. Respeitar o diferente não é apenas tolerá-lo e admitir sua existência. Implica , por exemplo, reconhecer o direito à existência pública, à diversidade de opiniões, e a aceitar que, em não compartilhando da sua visão de mundo, tem direito a uma vida que não a sua, com outros valores e atitudes.

Membros da Igreja Católica cobrarem da presidenta suas posições pessoais soa como chacota, mais ainda quando colocam isso como pré-condição para um diálogo. Também poderíamos perguntar: “Que dialogo e com quem”?

Para que haja diálogo, é necessária a predisposição das partes a ouvir a outra como igual e legítima e que exista a possibilidade de mudança de opinião. Que diálogo quer alguém que, presunçosamente, exige da presidenta que ela diga quais são os seus valores pessoais, as suas crenças? Há um reconhecimento do interlocutor? Ou mais importante, há a possibilidade de mudança de idéias e (pré)conceitos?

Só se for da presidenta, é isso que está implícito no tom do “ministro” da Igreja Católica. Do outro lado, a intenção parece ser a de saber “quem é a presidenta”, para que ela seja ou não coroada pelas autoridades eclesiásticas.

Por isso, digo que o Estado não pode ser laico, tem de ser ateu. Mais que uma mudança de palavra, é uma mudança de postura, uma luta no campo simbólico e no das idéias. O Estado ateu é aquele que deveria ter sido o laico, mas que nunca foi. Que respeita os credos e convicções pessoais, que os trata isonomicamente, mas que evita ao máximo que valores da esfera pessoal adentrem na esfera pública.

Isso implica retirar toda e qualquer menção a todo e qualquer deus dos documentos públicos. Implica, por exemplo, que não haja crucifixos nas repartições, nos tribunais, que a(s) igreja(s) legislem, regulem, punam apenas seus fiéis.

Do contrário, teremos uma espécie de teocracia social (não estatal), que faz com que o Brasil tenha uma das legislações mais atrasadas sobre aborto e casamento homossexual, entre outros temas que desagradam a maioria religiosa, mas que dizem respeito unicamente ao indivíduo. Nessa seara estamos atrás, por exemplo, do ultra-religioso Chile de Pinochet.

Só assim, com um Estado ateu, é que teríamos um Estado realmente laico, que aceita todas as cosmovisões, e não busca, por qualquer meio, decretar a sua. Muito menos cobra ou exige da autoridade civil seu posicionamento pessoal sobre temas “desagradáveis”, que alguns preferem ver embaixo do tapete, junto com aquela sujeira que também foi varrida para lá.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Recusa da mãe em fazer exame de DNA do filho gera presunção para negativa de paternidade

Da mesma forma que a recusa do suposto pai em submeter-se ao exame de DNA serve como elemento probatório para demonstração de paternidade, a insistente recusa da mãe em submeter o filho ao mesmo exame gera presunção de que o autor não é o pai da criança.

Com esse entendimento, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça reconheceu uma negativa de paternidade e determinou a anulação do registro de nascimento do menor. No caso julgado, o suposto pai propôs ação declaratória de anulação de registro civil cumulada com negatória de paternidade, por ter sido induzido a erro quando registrou o bebê. Sustentou ter sido vítima de gravíssima injúria, já que a criança não é seu filho biológico, conforme constatado em laudo de exame de DNA realizado por conta própria em 1997. A atribuição da falsa paternidade também motivou o ajuizamento de ação de separação judicial litigiosa.

O ministro do STJ Fernando Gonçalves sustentou que a presunção da paternidade não se aplica ao julgado, já que o dispositivo vige nos casos em que a criança nasce depois de 180 dias do início da convivência conjugal. Segundo os autos, o casamento do recorrente foi celebrado em novembro de 1994 e a criança nasceu um mês depois. Prosseguindo seu voto, Fernando Gonçalves ressaltou que a insistente recusa da mãe em submeter o filho ao teste de DNA, sem qualquer justificativa plausível, faz supor a integridade e a credibilidade do exame apresentado pelo recorrente.

Segundo o ministro, a mera realização do exame, hoje feito com a simples coleta de saliva, sequer necessitando da retirada de sangue, afastaria de pronto as pretensões do autor em negar a paternidade do filho. O ministro destacou que nesse julgamento não foi a simples recusa à realização do exame do DNA que o levou a presumir a inexistência de vínculo filial. Para ele, a recusa da mãe, o exame de DNA juntado nos autos e a determinação do recorrente em realizar o exame junto com o suposto filho são suficientes para dar consistência à tese do artigo 232 do Código Civil: “A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter como o exame.”

Em seu voto, o ministro também descartou a hipótese da aplicação da filiação afetiva, já que a ação foi ajuizada em junho de 1997, quando a criança contava com apenas dois anos de idade, sem que tenha convivido com o pai sob o mesmo teto por mais de um ano. “A princípio, não há vínculo suficiente entre as partes para configurar, mesmo que fosse, a filiação afetiva definida pela estabilidade dos laços afetivos construídos no cotidiano de pai e filho.”

Por outro lado, concluiu o ministro, deve-se considerar que a manutenção de um vínculo de paternidade a toda força impede a criança de conhecer seu verdadeiro estado de filiação, direito personalíssimo nos termos do artigo 27 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Assim, por maioria, a Turma acolheu o recurso para aceitar a desconstituição da paternidade e determinar a anulação do registro de nascimento relativo ao pai e respectivos ascendentes ali declarados.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Plantão de Língua Portuguesa tira dúvidas por telefone

- Plantão gramatical, bom dia.

- Alô, o que é um oxímoro?

- É uma figura de linguagem que aproxima duas palavras ou expressões contraditórias, que se excluem mutuamente do ponto de vista lógico. Veja o exemplo extraído de um verso de Luís de Camões (1524-1580): "(...) É ferida que dói e não se sente/ É um contentamento descontente (...)". Contentamento descontente é um oxímoro, entendeu?

- Ah, sim, agora ficou fácil.

Alguns minutos depois, nova ligação:

- Tenho uma dúvida: palavras com super e inter ainda exigem hífen?

- Sim, desde que os prefixos estejam diante de palavras iniciadas pelas consoantes H e R, como nos casos de super-humano e inter-relação. Compreendeu?

- Entendi, muito obrigada!

Diálogos assim são a rotina para os funcionários do Plantão Gramatical de Fortaleza. Mantido pela prefeitura há 30 anos, o serviço esclarece dúvidas de Língua Portuguesa por telefone e fax. Perguntas sobre coerência textual, ortografia, sintaxe, uso de vírgulas e crase são as campeãs de atendimento, seguidas por questões referentes a figuras de linguagem e análise sintática. O plantão recebe, em média, 150 ligações diárias.

Segundo Francisco Marino, coordenador do serviço há 17 anos, 95% das ligações têm origem na região metropolitana de Fortaleza. Os 5% restantes vêm principalmente do interior do estado. Mas há gente que liga de lugares tão distantes quanto São Paulo. O perfil dos usuários é variado. Do outro lado da linha, pode estar um professor ou uma dona de casa, uma criança com dificuldade para fazer sua lição ou um médico. Para usar o serviço, não é preciso se identificar. Mas o tom de voz e o tipo de pergunta dão pistas da idade ou da ocupação do usuário. O tom solene de um homem com dúvidas sobre termos jurídicos sugere que ele deve ser advogado. Assim como a fala hesitante de uma menina que quer saber sobre análise sintática revela que ela provavelmente é aluna do Ensino Fundamental.

Seis pessoas se revezam no atendimento. Para responder às dúvidas, os plantonistas recorrem a obras de referência e à experiência pessoal. Numa sala do Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (Imparh), duas fileiras de mesas acomodam os atendentes, os dicionários e as gramáticas. Todos são formados em Letras com especialização no ensino de Língua Portuguesa e dois têm mestrado em Linguística.

De vez em quando, a equipe se depara com histórias pitorescas. Nessas três décadas de existência, diz Marino, o serviço chegou a ser usado até como consultório sentimental. É que alguns usuários são tão frequentes que se tornam amigos dos atendentes. A secretária Ivonete Souza recorre ao tira-dúvidas desde 1993 e garante que reconhece os "consultores" pela voz. "Gosto que todos os meus textos passem por revisão", diz.

O sucesso do Plantão Gramatical de Fortaleza vem inspirando ações semelhantes em outras regiões do país. Curitiba, Brasília e Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo, são cidades que também já contam com atendimento. E uma iniciativa semelhante deve ser implantada no Rio de Janeiro em 2011.

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Matéria extraída da edição 238/Dez2010 da Revista Nova Escola.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Discurso cristalizado da Escola dificulta melhor aprendizado

O “discurso pronto” utilizado por diretores e professores ao falarem sobre a relação escola-família e sua influência no aprendizado dos alunos dificulta uma reformulação necessária do modelo de escola no Brasil, que vive uma “crise de sentido”. A constatação é da pesquisadora Márcia Maria Brandão Santos, a partir de entrevistas com professores e diretores de duas escolas da rede pública municipal de uma cidade da região metropolitana de São Paulo.

Márcia Brandão, pedagoga, verificou um problema no discurso dos entrevistados, que diz respeito ao conceito de família utilizado ainda nas escolas, assim como ao conceito de “participação”. Segundo a autora,

– A escola precisa rever esse discurso, rever essa idealização de família.

Essa idealização é problemática porque acaba funcionando como algo sobre o qual a escola deposita uma responsabilidade na família que deveria, na verdade, ser dela.

Os dados estão em sua dissertação de mestrado, Em busca de escolas eficazes: a experiência de duas escolas em um município de São Paulo e as relações escola-família, apresentada no mês de outubro de 2010 na Faculdade de Educação (FE) da USP. A pesquisadora propõe que a escola repense seu discurso, e o reconstrua buscando um caminho para que as duas instituições, a família e a escola, dialoguem com o objetivo de criar intervenções funcionais nas práticas para o aprendizado.

– É mais fácil dizer que o aluno não aprende por causa da família que enfrenta problemas e deixa a vida dele agitada, do que procurar efetivamente caminhos que façam o aluno aprender apesar das circunstâncias que o cercam, seja quanto a família ou a situação financeira. Não basta aplicar estigmas –, afirma.

Entrevistas
Márcia Maria analisou como as escolas se organizavam, do ponto de vista administrativo e pedagógico. A pesquisadora identificou nos discursos dos entrevistados alguns importantes fatores que a literatura aponta como determinantes da eficácia escolar, como a capacidade de liderança profissional, relacionamento família-escola, entre outros. Foi examinado, também, o plano de gestão das instituições e o “discurso modelo” que servia à comunidade docente quando o assunto eram os problemas na trajetória do aprendizado pelo aluno.

Ao decorrer das entrevistas, Márcia percebeu três motivos fluentes sobre os quais os profissionais colocavam a culpa pela ‘não eficácia’ nas escolas: a situação sócio-econômica do aluno, o envolvimento do trabalho pedagógico do professor e, o que chamou mais atenção da pesquisadora, a não participação dos pais, ou seja, as dificuldades na relação escola-família.

O estudo apontou que, quando perguntados sobre a influência da família no desenvolvimento do aluno, a maioria dos professores já respondia que era realmente essencial. Porém, ao serem indagados sobre o porquê dessa importância, diziam prontamente que a família era indispensável, pois quando não era “estruturada”, a criança apresentava dificuldades na hora de aprender, ou isso acontecia porque os pais não incentivavam e não completavam o trabalho dos professores em casa.

A autora reafirma, ainda, a necessidade de recontextualizar os conceitos de escola no Brasil diante da “crise de sentido” na qual se encontra.

– Na atualidade, quando a escola vive o que chamamos de ‘crise de sentido’, onde os conceitos não são mais os mesmos que antigamente, deve-se olhar a família em seu movimento, vulnerabilidade e fragilidade, bem como suas forças e recursos buscando reconhecê-la como instituição que requer ‘cuidado especial’ ao ser compreendida. É necessário dar voz aos pais, percebendo o quanto são heterogêneos.

Eficácia escolar
A pesquisadora fundamentou sua dissertação na obra “Pesquisa em eficácia escolar: origens e trajetórias”, que apresenta uma incursão histórica de diferentes estudos estrangeiros que possibilitam a compreensão das origens, trajetórias, resultados e polêmicas presentes nas pesquisas realizadas sobre a eficácia escolar, organizada pelos pesquisadores N. Brooke e J.F Soares, em 2008.

Márcia Maria escolheu duas escolas da rede pública municipal de um município da região metropolitana de São Paulo para perceber quais dos critérios de eficácia listados por Brooke e Soares elas atendiam, e quais estavam mais presentes nos discursos dos profissionais dessas escolas. A escolha foi baseada no Índice Prova Brasil de 2005 e de 2007, que é uma espécie de avaliação externa, algo recentemente aplicado no País, que tem por objetivo avaliar alunos das 4ª e 8ª séries das escolas públicas urbanas mediante testes padronizados e questionários socioeconômicos.

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Para baixar o trabalho 
da professora Márcia Maria Brandão, 
clique AQUI

domingo, 9 de janeiro de 2011

Nove cadeias do noroeste do Paraná abrigam cerca de mil detentos


A velocidade que o crime produz bandidos é superior à capacidade que o Estado tem de construir estrutura para abrigar os marginais; em Sarandi, cada detento tem 86 centímetros quadrados de espaço para ocupar

A superlotação nas cadeias públicas do noroeste do Paraná é um dos principais desafios da nova equipe que passou a comandar a Segurança Pública do Estado. Um levantamento realizado na semana passada pela equipe de reportagem de O Diário, revelou que cerca de mil detentos aguardam julgamento ou cumprem sentenças em nove delegacias da região de Maringá, o que é proibido por lei.

A quantidade de presos é suficiente para preencher as 960 vagas existentes na Casa de Custódia de Maringá, e três vezes maior que a capacidade da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), que comporta abrigar 360 detentos.

Entre as delegacias pesquisadas pela reportagem, a situação mais grave é a do município de Sarandi,. Projetada para receber 46 detentos, a Cadeia Pública abrigava na semana passada 190 homens, mulheres e adolescentes, sendo trinta deles condenados.

A média é de 86 centímetros quadrados por detento, espaço insuficiente para se manter em pé. Para tentar amenizar o problema, a área destinada para o banho de sol teve de ser improvisada como cela. Sem espaço suficiente, os presos se revezam para dormir e até caminhar.Alguns passam dias e noites pendurados em redes, amarradas nas grades.

Para barrar as constantes tentativas de fugas, a Polícia Civil se viu obrigada a cobrir todas as janelas das celas com chapas de ferro e estender cabos de aço eletrificados e arames cortantes sobre os muros e ao redor das paredes de concreto do prédio.

Impedidos de tomar ganho de sol e convivendo em um ambiente úmido e desprovido de ventilação, os presos desenvolvem doenças de pele e problemas respiratórias difíceis de serem tratados. No ano passado, um surto de gripe contaminou todos os detentos e até os funcionários. "A situação aqui é de calamidade pública", desabafou um dos funcionários, que teve a identidade dele preservada pela reportagem.

Em Nova Esperança (a 46 quilômetros de Maringá), a situação é semelhante. Com capacidade para 16 pessoas, a Cadeia Pública abrigava setenta detentos. O número de condenados não foi informado. Na falta de espaço, alguns presos dormem na ala destinada para o banho de sol.

Apesar de não serem treinados para a função, investigadores se revezam na guarda dos presos e correm o risco de responderem processo ou procedimento administrativo caso ocorra uma fuga.

Em Mandaguaçu (a vinte quilômetros de Maringá), a reportagem apurou que a Cadeia Pública estava com quase o dobro da capacidade. Segundo a polícia, quarenta detentos se espremiam em um espaço destinado para apenas 24 pessoas.

Desse total, 26 presos estão condenados - dois deles a mais de 25 anos de reclusão, cada - e deveriam ter sido removidos para uma unidade prisional adequada. A exemplo de outras cadeias da região, policiais civis são obrigados a vigiar e cuidar dos presos 24 horas por dia.

Apesar de estar interditada pela Justiça, desde o início de 2007, a Cadeia Pública de Maringá continua recebendo presos provisórios. Na semana passada, 144 homens e mulheres dividam espaços projetados para 120 pessoas.

Desviado da função, o chefe da carceragem, investigador Josué Batista Nunes, confirmou que desde a inauguração da Casa de Custódia de Maringá, em meados de 2007, o número não parou de crescer. "Todas as semanas enviamos presos para a Casa de Custódia, mas o número de prisões é maior que o de soltura", explica.

Na Cadeia Pública de Colorado (a 96 quilômetros de Maringá), a falta de vagas para abrigar os criminosos foi parcialmente resolvida com a instalação de quatro contêineres em um terreno anexo à delegacia. Apesar disso, 120 presos dividiam espaços onde caberiam apenas 65 pessoas. A polícia confirmou que 45 presos estão condenados.

Paola Oliveira - Suave Vingança (para Scala Moda Íntima)

SCALA em Maringá no Catuaí Shopping.

Banheiro gay é inaugurado com pompa na quadra da Unidos da Tijuca

Do G1

O samba da campeã de 2010 todo mundo já conhece. Que o carnavalesco Paulo Barros vai levar um monte de surpresas para a avenida ninguém tem dúvidas. Na inauguração da reformada e ampliada quadra da Unidos da Tijuca, no Santo Cristo, no Centro do Rio, na noite de sábado (8) a sensação foi mesmo banheiro destinado ao público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), batizado de Banheiro Arco-Íris.

Além do presidente da escola, Fernando Horta, cortaram a faixa de inauguração o secretária municipal de Turistmo, Antônio Pedro Figueira de Mello, o carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros, o carnavalesco da Cidade do Samba, Milton Cunha, além do casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, Marquinhos e Geovanna. A fita foi cortada pouco depois da meia-noite.

A polêmica levantada durante a semana, sobre se o banheiro discriminava os homossexuais ou não, despertou a curiosidade do público que lotou a quadra da campeã. Afinal, todo mundo queria saber o que um banheiro LGBT tem de diferente dos outros.

Enquanto o samba rolava na voz do intérprete Bruno Ribas, embalado pela bateria de Mestre Casagrande, uma fila de curiosos (gays ou não), tão grande quanto a fila do bar, se formava na porta do novo banheiro. Todos queriam ver o único banheiro decorado da escola.

A discrição dos dois bonequinhos com roupinhas com as cores do arco-írs na porta em nada lembravam a o ambiente decorado do recinto do lado de dentro. Fotos de Carmem MIranda, borboletas nos azulejos e ao redor do espelho com borda cor de rosa davam o tom do banheiro gay. O único com direito a espelho de corpo inteiro na entrada e no interior, além de pufes roxos, aparador com flores e recipientes com camisinhas.

"Um luxo que contrasta com o banheiros brancos e sem decoração feminino e masculino. Aqui,agora a gente vai se sentir bem mais à vontade para se arrumar e não vai causar constrangimentos a ninguém". Tenho certeza que muito hétero vai frequentar para saber o que estamos fofocando lá dentro. Eles adoram saber das novidades", disse o costureiro da escola, Peteca de 49 anos.

O carnavalesco da Cidade do Samba Milton Cunha também elogiou a iniciativa e lamentou que haja tanta polêmica em torno do assunto.

"Se existe bar gay, boate gay, restaurante gay, loja gay e até parada gay, por que não poderia existir um banheiro gay? O bom dele é que não é obrigatório. Vai quem quer", defendeu Milton Cunha.

O secretário de Turismo elogiou a iniciativa: "Acho que é mais uma opção de banheiro para os frequentadores do samba. Cada um com sua preferência de banheiro. O importante é não fazer xixi nas ruas", disse Antônio Pedro.

Diante da polêmica gerada durante a semana, a Unidos da Tijuca designou alguns componentes da escola para uma pesquisa entre o público. Até as 23h, quando o público começcou a chegar à quadra, da mais de 300 pessoas ouvidas, a grande maioria era favorável ao banheiro gay, na proporção de uma negativa para cada 45 aprovações.

" O ambiente de uma escola de samba é majoritariamente gay, mas mesmo assim, quando um gay entra num banheiro masculino, por exemplo, sempre rolava um constrangimento. Os homens temiam uma abordagem, uma olhada mais demorada. Isso era ruim pra eles e pra gente também. Agora, como o banheiro gay teremos muito mais liberdade", disse Alexandre Calladini, integrante da Ala dos Ursos, de componentes gays.

Mulher engravida do marido depois de ele ter morrido

Kátia ao lado do marido Roberto, que morreu em
fevereiro deste ano (Foto: Arquivo pessoal)
Do G1

Decisão inédita da justiça aconteceu no Paraná. Ela usou o sêmen do marido que morreu no ano passado. Ele não deixou autorização por escrito.

O bebê que a professora Kátia Lenerneier está esperando representa uma grande vitória. “Um sonho que deu pra gente concluir. A herança genética do meu marido eu estou trazendo com felicidade. A gente já fica realizada. É um sonho mesmo, de todas as mães.”

Engravidar sempre foi o grande desejo do casal, mas o marido descobriu, aos 33 anos, que estava com um tipo agressivo de câncer de pele. “Durante todo ano eu só tive emoções fortes, foi um ano bastante complicado. O ano de 2010 vai ficar marcado na minha vida de várias formas”, se emociona.

Antes de começar a quimioterapia, que poderia deixá-lo infértil, Roberto optou por guardar o sêmen. O material ficou congelado a 200 graus negativos em uma clínica. Enquanto Roberto estava vivo, o casal iniciou o tratamento de reprodução, mas ele foi interrompido porque o câncer havia se espalhado para os ossos do marido.

“Eu tive uma gravidez e perdi, continuamos tentando, mas não sabia que ele estava doente. As tentativas nunca davam certo e mesmo com o sêmen foi bem difícil pelo fato do sêmen estar fraco.”

Um ano depois do diagnóstico Roberto morreu. Foi em fevereiro do ano passado. “Ele já não falava, mas ele estava respirando e a médica falou: ele está te escutando. Eu fui no ladinho dele e falei: eu vou ter nosso filho. Era um sonho meu, era um sonho dele e eu cumpri.”

Roberto não deixou por escrito a vontade de ser pai. Kátia precisou então recorrer à justiça e conseguiu uma liminar que autorizou a clínica a fazer a fertilização com o sêmen do marido. A autorização da justiça, em casos em que o homem não deixa a vontade documentada, é inédita no país.

“Na medicina comentaram que um médico trata de dor, sofrimento e morte. Eu graças a deus batalho pra vir uma nova vida no mundo”, diz Lídio Ribas Centa, médico especialista em reprodução assistida.

Se for menino, o bebê vai ganhar o nome do pai, Roberto. “Isso não há quem me tire. Menina eu não sei. Eu gostaria que fosse mais menino.

Kátia engravidou em outubro do ano passado, apenas oito meses depois que o marido, Roberto, morreu. Para ela, o bebê que está por vir representa a realização do sonho do casal, e também uma forma de amenizar a dor da perda.

“Poderia ter o filho de outra pessoa e realizar esse sonho, não é isso. Era o sonho de ter um filho dele. É uma coisa mais completa. Poderia ter casado com outra pessoa, arranjado outra família, mas eu era feliz com ele, não era esse meu desejo. Eu me completei tendo um filho dele.”

Super iate recria corrida de Monaco em alto mar

Do G1

O principado de Monaco, na Europa, é a sede da corrida mais charmosa do circuito de Fórmula 1. Não é de se estranhar, portanto, que tenha servido como inspiração para a criação de um iate que tem, entre outros luxos, um circuito de corrida a bordo.

Com 155 metros de comprimento, o barco batizado "Ruas de Monaco" tem piscina e jacuzzi, um bar sofisticado, quadra de esporte, spa, sala de ginástica, cabeleireiro, biblioteca, home theater e até um cassino. Há espaço para acomodar até 16 pessoas, além de 70 tripulantes - tudo com muito conforto. Mas o que mais chama a atenção no projeto é mesmo a pista de kart, que segue um traçado bem semelhante ao de Monaco e pode ser disputada em alto mar.

A companhia britânica responsável pela criação, BMT Nigel Gee, queria fazer um projeto único e conseguiu. E seguindo a máxima de que na vida algumas coisas não têm preço, para outras existe dinheiro, prefere manter sob consulta o preço desta joia marítima.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Peter Fry: Religião, política e sexualidade na visão de um antropólogo cosmopolita.

"Nos Estados Unidos foi a consciência negra que levou à ação afirmativa. Meu temor é que a ação afirmativa leve à consciência negra no Brasil. As cotas são um processo de consolidação de divisões raciais. Vi na África como é difícil desfazer uma tradição criada pelo Estado. Mas acho que algumas pessoas, na verdade, consideram a consciência racial uma coisa positiva. São antropólogos que gostam de ressaltar a diferença. Eu sempre fui fascinado pela diferença, mas não como um valor em si. O maior privilégio que tenho é o de ter falado algumas línguas, ter vivido em alguns lugares, e ser uma pessoa mais ou menos cosmopolita. É o que eu quero para todo mundo. Por isso nunca posso pregar nada que confine as pessoas."

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Entrevista com antropólogo inglês Peter Fry, 
professor titular da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 
na íntegra AQUI

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mega Sena da Virada: Ganhou mas não levou

Do G1

O vendedor de chicletes Aldenor da Silva Brito, 45 anos, viveu, por alguns instantes, o sonho realizado de ser milionário após o sorteio das dezenas da Mega da Virada, na noite de sexta-feira (31). Ele mora em Boca do Acre (AM) e disse ter ficado "traumatizado" por um de seus jogos não ter sido computado pela lotérica da cidade.

O prêmio de R$ 194,3 milhões foi dividido entre os donos de quatro apostas, nas cidades de Cariacica (ES), Belo Horizonte (MG), Fazenda Rio Grande e Pinhais, ambas no Paraná. Cada um ficou com R$ 48.598.800,01.
saiba mais

Os números sorteados para a Mega da Virada foram 02 - 10 - 34 - 37 - 43 - 50. "Eu nunca tinha jogado na Mega-Sena, nunca fui de fazer jogos, mas dessa vez eu fui pegar o dinheiro do Bolsa-Família, de meus filhos, e resolvi fazer as apostas. Tinha falado com minha mulher para ver o que daria.

Apostador de primeira viagem, ele não conferiu os volantes com os jogos. Segundo Brito, foram anotadas dezenas suficientes para sete apostas, mas apenas seis teriam sido computadas pela lotérica. "Eu perguntei para o funcionário se estavam todos os jogos ali naqueles papéis, mas não olhei um por um. Acho que falhei, mas a máquina da lotérica pode ter falhado também."

O vendedor de chicletes disse que a família ficou empolgada com a possibilidade de ele ter ficado milionário e chegou a preparar um jantar mais "caprichado" para comemorar. "Fiquei com febre depois de perceber que tinha alguma coisa errada. Foi Deus que quis assim, então, que assim seja. Sou pobre, mas sou honrado. Sempre vivi sem grande quantia de dinheiro, não é agora que vai ser diferente", disse Brito, que chega a faturar R$ 300 por mês trabalhando nas ruas de Boca do Acre.

Mídia dá tratamentos diferentes a ex-presidentes Lula e FHC


Faz uma semana que Lula deixou o poder e ingressou na mesma galeria de ex-presidentes em que o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ingressou em 2002. Aí terminam as coincidências entre os dois ex-primeiros mandatários da República.

Ao contrário de FHC, Lula deixou o poder sob recorde mundial de aprovação – módicos 87%. FHC deixou o poder com pouco mais de um quarto disso. E essa não é a única diferença entre os dois ex-presidentes.

Desde que Lula deixou o cargo que apanha sem parar da mídia, que implicou com as férias que o governante que sai deixando tanta saudade foi passar em uma instalação militar no Guarujá durante um período em que o Estado tem o dever de garantir a todo ex-mandatário as melhores condições para retomar sua vida.

Depois, a mídia também passou a implicar com a concessão de passaportes diplomáticos para familiares de Lula, apesar de a lei conceder ao Itamaraty a prerrogativa de avaliar subjetivamente a relevância desse tipo de concessão.

A relevância mais imediata da concessão de passaporte diplomático a esposa, filhos, netos ou outros parentes próximos de ex-presidentes da República é a de o país honrar os seus ex-mandatários, não submetendo a família do ex-presidente a constrangimento de não ser tratada como aquele com quem viaja.

Por falta de esclarecimento, alguns dizem que os filhos de Lula, por exemplo, não viajarão sempre com ele. Todavia, viajarão com ele, também. E, se não tiverem o passaporte diplomático, a diferença de tratamento na imigração de outros países criará constrangimento para um ex-chefe de Estado, sendo que todas as nações democráticas do mundo honram seus ex-presidentes.

Com FHC, porém, o tratamento sempre foi outro, mesmo no momento imediatamente posterior ao que deixou o governo sob ampla desaprovação da sociedade, em 2002. Desde então, a mídia se encarrega de exaltar seu governo desastroso, que fez com que até hoje mais de 70% dos brasileiros o desaprovem. E ainda se esfalfa para lhe atribuir os méritos auferidos pelo governo Lula.

Fiscalização das regalias e benesses recebidas pelo ex-presidente tucano, nem pensar. Apesar de invadir a vida privada de Lula sem parar, durante anos a fio jamais incomodaram FHC com a história do filho ilegítimo que gerou com uma jornalista da Globo, que pagou as despesas dela e do filho na Espanha durante todo esse tempo sem que ela produzisse nada que se conheça, jornalisticamente.

As encrencas de outros filhos de FHC, os assumidos por ele, jamais chegaram tão rápido ao noticiário. Só em 2009, 8 anos depois de o tucano deixar o poder, a mídia soltou notinhas sobre Luciana Cardoso, que recebia salários do Senado sem aparecer por lá para trabalhar.

Tais fatos revelam o sentimento que está por trás da diferença de tratamento que a mídia dispensa a ex-presidentes avaliados de formas tão distintas pela sociedade brasileira. Esse sentimento é o medo.

Lula prometeu meter a boca no trombone se a mídia e a oposição fizerem com a presidente Dilma Rousseff o que fizeram com ele, durante o seu mandato. Isso sem contar o fato de que ainda acham que o adversário político se candidatará para a sucessão da presidente, em 2014.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ser professor: uma escolha de poucos

Matéria extraída da edição 229 da revista Nova Escola

Fonte: Pesquisa Atratividade da Carreira Docente no Brasil (FVC/FCC)
Nos últimos anos, tornou-se comum a noção de que cada vez menos jovens querem ser professores. Faltava dimensionar com mais clareza a extensão do problema. Um estudo encomendado pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC) traz dados concretos e preocupantes: apenas 2% dos estudantes do Ensino Médio têm como primeira opção no vestibular graduações diretamente relacionadas à atuação em sala de aula - Pedagogia ou alguma licenciatura (leia o gráfico abaixo).

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Uma profissão desvalorizada
Só 2% dos entrevistados pretendem cursar Pedagogia ou alguma Licenciatura, carreiras pouco cobiçadas por alunos das redes pública e particular

A pesquisa, que ouviu 1.501 alunos de 3º ano em 18 escolas públicas e privadas de oito cidades, tem patrocínio da Abril Educação, do Instituto Unibanco e do Itaú BBA e contou ainda com grupos de discussão para entender as razões da baixa atratividade da carreira docente. Apesar de reconhecerem a importância do professor, os jovens pesquisados afirmam que a profissão é desvalorizada socialmente, mal remunerada e com rotina desgastante (leia as frases em destaque).

"Se por acaso você comenta com alguém que vai ser professor, muitas vezes a pessoa diz algo do tipo: 'Que pena, meus pêsames!'"
Thaís, aluna de escola particular em Manaus, AM

"Se eu quisesse ser professor, minha família não ia aceitar, pois investiu em mim. É uma profissão que não dá futuro."
André, aluno de escola particular em Campo Grande, MS

O Brasil já experimenta as consequências do baixo interesse pela docência. Segundo estimativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas no Ensino Médio e nas séries finais do Ensino Fundamental o déficit de professores com formação adequada à área que lecionam chega a 710 mil (leia o gráfico ao lado). E não se trata de falta de vagas. "A queda de procura tem sido imensa. Entre 2001 e 2006, houve o crescimento de 65% no número de cursos de licenciatura. As matrículas, porém, se expandiram apenas 39%", afirma Bernardete Gatti, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e supervisora do estudo. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2009, o índice de vagas ociosas chega a 55% do total oferecido em cursos de Pedagogia e de formação de professores.

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Faltam bons candidatos
A baixa procura contrasta com a falta de docentes com formação adequada


Fontes: Inep e Censo da Educação Superior (2004 e 2008)



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Um terço dos jovens pensou em ser professor, mas desistiu

O estudo indica ainda que a docência não é abandonada logo de cara no processo de escolha profissional. No total, 32% dos estudantes entrevistados cogitaram ser professores em algum momento da decisão. Mas, afastados por fatores como a baixa remuneração (citado nas respostas por 40% dos que consideraram a carreira), a desvalorização social da profissão e o desinteresse e o desrespeito dos alunos (ambos mencionados por 17%), acabaram priorizando outras graduações. O resultado é que, enquanto Medicina e Engenharia lideram as listas de cursos mais procurados, os relativos à Educação aparecem bem abaixo (leia os gráficos na página ao lado).

Um recorte pelo tipo de instituição dá mais nitidez a outra face da questão: o tipo de aluno atraído para a docência. Nas escolas públicas, a Pedagogia aparece no 16º lugar das preferências. Nas particulares, apenas no 36º. A diferença também é grande quando se consideram alguns cursos de disciplinas da Escola Básica. Educação Física, por exemplo, surge em 5º nas públicas e 17º nas particulares. "Essas informações evidenciam que a profissão tende a ser procurada por jovens da rede pública de ensino, que em geral pertencem a nichos sociais menos favorecidos", afirma Bernardete. De fato, entre os entrevistados que optaram pela docência, 87% são da escola pública. E a grande maioria (77%), mulheres.

O perfil é bastante semelhante ao dos atuais estudantes de Pedagogia. De acordo com o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de Pedagogia, 80% dos alunos cursaram o Ensino Médio em escola pública e 92% são mulheres. Além disso, metade vem de famílias cujos pais têm no máximo a 4ª série, 75% trabalham durante a faculdade e 45% declararam conhecimento praticamente nulo de inglês. E o mais alarmante: segundo estudo da consultora Paula Louzano, 30% dos futuros professores são recrutados entre os alunos com piores notas no Ensino Médio. O panorama desanimador é resumido por Cláudia*, aluna de escola pública em Feira de Santana, a 119 quilômetros de Salvador: "Hoje em dia, quase ninguém sonha em ser professor. Nossos pais não querem que sejamos professores, mas querem que existam bons professores. Assim, fica difícil".

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Marcela Temer rouba a cena durante a posse de Dilma Rousseff

Do jornal Extra

Durante a posse da presidente Dilma Rousseff, neste sábado, em Brasília, uma até então pouco conhecida Marcela Temer roubou a cena. A jovem de 27 anos é esposa do vice-presidente Michel Temer, de 70, e já participou de concursos de miss, sendo eleita Miss Campinas em 2002 e ficando em segundo lugar no Miss Estado de São Paulo no mesmo ano. Sua aparição ao lado do marido na festa em Brasília levou seu nome aos trending topics do twitter.

Filha de um microempresário e de uma dona de casa, Marcela foi apresentada a Michel Temer no restaurante do tio da modelo, em Paulínea, interior de São Paulo, quando a moça tinha 19 anos. Em entrevista à revista Piaui, o vice-presidente afirmou que ficou encantado com a beleza da moça e que, após receber um email dela parabenizando-o pela vitória nas eleições, convidou-a para sair. O casamento ocorreu em 2003, em uma festa para apenas 12 convidados. Após a união, Marcela formou-se em direito e teve um filho, também chamado de Michel.

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Leia Também Marcela Temer: A musa da República, no site da Revista Época.