Do G1
O samba da campeã de 2010 todo mundo já conhece. Que o carnavalesco Paulo Barros vai levar um monte de surpresas para a avenida ninguém tem dúvidas. Na inauguração da reformada e ampliada quadra da Unidos da Tijuca, no Santo Cristo, no Centro do Rio, na noite de sábado (8) a sensação foi mesmo banheiro destinado ao público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), batizado de Banheiro Arco-Íris.
Além do presidente da escola, Fernando Horta, cortaram a faixa de inauguração o secretária municipal de Turistmo, Antônio Pedro Figueira de Mello, o carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros, o carnavalesco da Cidade do Samba, Milton Cunha, além do casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, Marquinhos e Geovanna. A fita foi cortada pouco depois da meia-noite.
A polêmica levantada durante a semana, sobre se o banheiro discriminava os homossexuais ou não, despertou a curiosidade do público que lotou a quadra da campeã. Afinal, todo mundo queria saber o que um banheiro LGBT tem de diferente dos outros.
Enquanto o samba rolava na voz do intérprete Bruno Ribas, embalado pela bateria de Mestre Casagrande, uma fila de curiosos (gays ou não), tão grande quanto a fila do bar, se formava na porta do novo banheiro. Todos queriam ver o único banheiro decorado da escola.
A discrição dos dois bonequinhos com roupinhas com as cores do arco-írs na porta em nada lembravam a o ambiente decorado do recinto do lado de dentro. Fotos de Carmem MIranda, borboletas nos azulejos e ao redor do espelho com borda cor de rosa davam o tom do banheiro gay. O único com direito a espelho de corpo inteiro na entrada e no interior, além de pufes roxos, aparador com flores e recipientes com camisinhas.
"Um luxo que contrasta com o banheiros brancos e sem decoração feminino e masculino. Aqui,agora a gente vai se sentir bem mais à vontade para se arrumar e não vai causar constrangimentos a ninguém". Tenho certeza que muito hétero vai frequentar para saber o que estamos fofocando lá dentro. Eles adoram saber das novidades", disse o costureiro da escola, Peteca de 49 anos.
O carnavalesco da Cidade do Samba Milton Cunha também elogiou a iniciativa e lamentou que haja tanta polêmica em torno do assunto.
"Se existe bar gay, boate gay, restaurante gay, loja gay e até parada gay, por que não poderia existir um banheiro gay? O bom dele é que não é obrigatório. Vai quem quer", defendeu Milton Cunha.
O secretário de Turismo elogiou a iniciativa: "Acho que é mais uma opção de banheiro para os frequentadores do samba. Cada um com sua preferência de banheiro. O importante é não fazer xixi nas ruas", disse Antônio Pedro.
Diante da polêmica gerada durante a semana, a Unidos da Tijuca designou alguns componentes da escola para uma pesquisa entre o público. Até as 23h, quando o público começcou a chegar à quadra, da mais de 300 pessoas ouvidas, a grande maioria era favorável ao banheiro gay, na proporção de uma negativa para cada 45 aprovações.
" O ambiente de uma escola de samba é majoritariamente gay, mas mesmo assim, quando um gay entra num banheiro masculino, por exemplo, sempre rolava um constrangimento. Os homens temiam uma abordagem, uma olhada mais demorada. Isso era ruim pra eles e pra gente também. Agora, como o banheiro gay teremos muito mais liberdade", disse Alexandre Calladini, integrante da Ala dos Ursos, de componentes gays.
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