sexta-feira, 22 de abril de 2011

Todo Mundo é Bipolar ?


O Transtorno Bipolar do Humor tem sido cada vez mais comentado nos dias atuais. Até mesmo pessoas leigas em conversas informais têm dito: “- O fulano deve ser bipolar, cada hora ele está de um jeito! ”

Variações de humor ou mudanças de comportamento não são sinônimos de bipolaridade. Os seres humanos estão a todo momento sensíveis aos estímulos do ambiente e também a variações químicas normais do próprio organismo enquanto estão vivendo o seu dia-a-dia. Portanto é inevitável que o humor esteja sempre mudando.

No entanto quando poderíamos chamar estas variações de humor de Transtorno Bipolar? Primeiramente é importante frisar que geralmente há uma alteração emocional profunda e persistente no comportamento do indivíduo. O bipolar é assim chamado porque tem 2 pólos principais, um na euforia(tecnicamente chamada de Mania) e um na Depressão. Nem sempre as 2 fases ocorrem tão claramente.

O conceito de euforia geralmente é confundido com um estado de “alegria”. Na verdade se caracteriza por um estado de excesso de energia, que pode se converter em agressividade, agitação e muita impulsividade. Quadros mais graves podem apresentar comportamento sexual inadequado, questões de grandiosidade e podem incluir até mesmo sintomas psicóticos nas crises agudas. A sensação de diminuição da necessidade de sono também costuma ser marcante.

A depressão é diferente de uma tristeza momentânea ou de alguns dias, é um quadro de desânimo persistente, ás vezes acompanhado de choro fácil e pensamentos negativistas e pessimistas, chegando em alguns casos a idéias de morte.

O médico psiquiatra Dr. Akiskal recentemente propôs uma nova classificação com diversos tipos e graus de bipolaridade, o que tornaria ainda mais polêmica a generalização do Transtorno Bipolar do Humor. Esse conceito ainda não é oficialmente utilizado.

Portanto é fundamental que antes de qualquer pessoa lançar diagnósticos ao vento em meio a uma roda de bate-papo, conheça bem o que está dizendo. Até mesmo porque a pessoa a quem você se refere pode mesmo ser um bipolar e neste caso a melhor forma de lidar é levar informação e por vezes oferecer ajuda, mas nunca rotular e tratar com preconceito.




Equipe Médica Dr. Paulo André Issa
PNAP Neurociência & Psiquiatria
Cérebro & Bem Estar

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