terça-feira, 29 de maio de 2012

Ocupação patética, reação tenebrosa


















"(...) Como se viu, tudo desandou. Absolutamente tudo, 
o que se nota pela declaração do ministro-candidato-a-prefeito 
(algo como: bater em viciado pode, em estudante, não) 
e do governador (vamos dar aula de democracia para esses safadinhos), 
passando pela atitude da própria polícia 
(tão aplaudida como o caveirão do Bope que arrebenta favelas), 
de cinegrafistas (ávidos por flagrar os “marginais” de camiseta GAP) 
e de muitos, mas muitos mesmo, cidadãos que só esperavam 
o ataque aéreo dos japoneses em 
Pearl Harbor para, em nome da legalidade, 
arremessar suas bombas atômicas sobre Hiroshima.

O episódio, em si isolado, é sintomático em vários aspectos. 
Primeiro porque mostra que, 
como outros temas-tabus (questão agrária, aborto…), 
a discussão sobre a rebeldia estudantil é hoje um convite 
para o enterro do bom senso. 
O episódio foi, em todos os seus atos, uma demonstração 
do que o filósofo e professor da USP Vladimir Safatle 
chama de pensamento binário do debate nacional
 – segundo o qual a mente humana, 
como computadores pré-programados, 
só suporta a composição “zero” ou “um”. 

Ou seja: estamos condicionados a um debate que só serve para dividir 
os argumentos em “a favor” ou “contra”, “aliado” ou “inimigo”.

Na íntegra AQUI

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