por Natália Spinacé
O despertador toca. Mas já? Não é possível… É possível. Levanta, toma café, escova os dentes. Volta um pouco pra cama, enrola. Se não passar protetor e corretivo, pode ficar mais 2 mim deitada. Ok, levanta logo e vai passar o protetor. Pega a bolsa, o celular, e o guarda chuva. Ponto de ônibus. As mesmas pessoas de sempre, esperando os mesmos ônibus, para irem aos mesmos lugares. Desce do ônibus, caminha dois quarteirões. Pega o elevador com as mesmas pessoas de sempre. Computador. Facebook. Email. Facebook de novo. Precisa começar a fazer alguma coisa. Facebook mais uma vez. Agora vai. Responde email, liga, lê, anota. Almoço. Pega a bandeja, reclama da comida, fala do trabalho, fala da vida. Volta para o computador. Enrola. Toma coragem. Responde, liga, lê, anota. Pensa o que vai fazer no carnaval. Pensa que precisa voltar a malhar. Pensa que precisa marcar de ver os amigos da faculdade. Hora de ir embora. Ponto de ônibus. Mesmas pessoas de sempre, mesma conversa de sempre. Chega em casa. Mãe, pai, janta. Quarto da irmã, cama da irmã, conversas sem fim. Banho, novela, telefone, cama. Pensa que a vida às vezes pode ser bem injusta. Pensa que tem sorte, mas que ninguém está livre do inesperado, do errado, do injusto. Agradece pelo dia comum, porque sabe que muita gente lá fora só queria mais um dia comum, e não pôde ter.
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