Preferi pensar em você como se fosse inalcançável. Como as estrelas do cinema, mudo, antigo. O cinema de hoje não tem nenhum apego. As divas são todas iguais: produzidas, facilmente recicláveis. A beleza natural morreu. Mas você sobrevive. É atemporal. É bonita agora, brilharia nos anos 70 dedilhando o solo de Stairway To Heaven em uma guitarra imaginária, teria um charme único na década de 20 lendo as notícias sobre as consequências da Primeira Guerra, e seria sem dúvida a mais bela descoberta do Renascimento, no século XV, ou daqui a 100 anos, (na lua?), onde ainda nem sequer existe padrão estético para defini-la. Preferi pensar em você como se fosse inalcançável; só assim posso me distanciar sem doer de qualquer coração em qualquer época, em qualquer tempo, sem qualquer medo. O esquecimento forçado e a lembrança calejada também são atemporais.
sábado, 9 de março de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
A lei de talião
Quando se discute a questão da criminalidade, sempre há quem defenda a aplicação da lei do “olho por olho, dente por dente”, que consiste em impor ao delinquente castigo idêntico ao delito por ele praticado. Costuma-se chamar essa “lei” de “pena de talião”. Ou será “Talião”?
Quem grafa “Talião” talvez suponha que se trate de personagem histórico, possivelmente o “pai” da lei. Surge, então, o mistério: quem terá sido esse tal de Talião? Quando viveu? Onde nasceu? Que fim levou?
O senhor “Talião” nunca existiu. Trata-se apenas da forma portuguesa de “talionis” (do latim), da mesma família de “talio”, “talis”, “tale”, da qual provém a nossa palavra “tal”, que tem, entre outros, o significado de “semelhante”, “igual”, “análogo”, e se usa também nas expressões “tal qual” e “tal e qual”, que indicam idéia de igualdade. No “Aurélio”, o primeiro exemplo que se dá no verbete “tal” é este: “Tal amor não se encontra facilmente”. Na frase, “tal” corresponde a “semelhante”, “igual”. A lei é de talião justamente porque determina que o criminoso sofra tal qual fez sua vítima sofrer.
A lei de talião lembra “retaliar”, que vem do latim “retaliare” e é da mesma família de “talio”, “talionis”, ou seja, de “talião”. Significa “tratar segundo a lei de talião”, “revidar com dano igual ao dano recebido”, “impor a pena de talião”.
por Pasquale Cipro Neto
terça-feira, 5 de março de 2013
Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
cora coralina
domingo, 3 de março de 2013
Gostável
"Não é possível que você goste de mim.
Eu diria até que é duplamente impossível.
Primeiro bem simples: eu não sou
uma pessoa gostável, não mesmo.
E isso já inviabiliza a coisa toda.
Segundo porque, ao contrário do não-gostar,
o gostar de alguém - por mais gostável
que esse alguém seja - é improvável
em tão pouco tempo.
No máximo podemos simpatizar,
mas gostar exige dedicada convivência diária.
Exige penetrar através de camadas
e camadas de cascas, massas corridas,
maquilagens e tintas (sem falar saudades,
tristezas, lembranças, valores
e principalmente gostos musicais,
que é no fim das contas o que define uma pessoa.
Como gostar de alguém que não curte
Legião Urbana por exemplo !?)
E esse processo penetrativo demanda
tempo, empenho e paciência.
o gostar de alguém - por mais gostável
que esse alguém seja - é improvável
em tão pouco tempo.
No máximo podemos simpatizar,
mas gostar exige dedicada convivência diária.
Exige penetrar através de camadas
e camadas de cascas, massas corridas,
maquilagens e tintas (sem falar saudades,
tristezas, lembranças, valores
e principalmente gostos musicais,
que é no fim das contas o que define uma pessoa.
Como gostar de alguém que não curte
Legião Urbana por exemplo !?)
E esse processo penetrativo demanda
tempo, empenho e paciência.
Vez ou outra eu me pergunto
porque afinal alguém se dedicaria
a tão insólito projeto !?
Mas enfim, se você acha mesmo que precisa
gostar de alguém, ao menos escolha
alguém mais palatável...
...mas que curta Legião Urbana,
por favor."
porque afinal alguém se dedicaria
a tão insólito projeto !?
Mas enfim, se você acha mesmo que precisa
gostar de alguém, ao menos escolha
alguém mais palatável...
...mas que curta Legião Urbana,
por favor."
- marcos daniel -
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